O terror é um dos gêneros mais versáteis do
cinema. Óbvio que existem algumas coisas que sempre se repetem, e é muito
comum a presença de figuras caricatas, como um monstro, um vampiro, um
fantasma, uma possessão etc.
Vários temas se repetem, mas sempre existe
algo escondido nas entrelinhas do texto ou roteiro dos filmes que remetem o
tempo em que vivemos; e é sobre isso que nós vamos falar hoje.
Essa versatilidade da qual estávamos falando é
um ponto bem interessante a se colocar em pauta, porque além de utilizar
todos esses artifícios sobrenaturais ou quase, ele também pode tratar de
vários temas recorrentes dentro de certo período de tempo ou época.
A questão é a seguinte: O horror da vida real,
que ocorre no nosso dia-a-dia é muito duro para as pessoas encararem; então o
que o terror faz é mostrar ao público tudo isso de forma metafórica.
Como se fosse um escapismo, eles nos
apresentam aquele horror fora da realidade, na questão sobrenatural; algo que
realmente não pode ser vivido, mas espelha coisas que podem acontecer.
Um exemplo foi durante a época do surto da
AIDS, quando ninguém entendia a doença, a qual até hoje em dia não possui uma
cura definitiva. As produções com killers
e psicopatas refletiam muito bem isso: Aqueles jovens transando loucamente, usando
drogas etc. Sempre havia um Maníaco para lembrar-lhes de que a vida era
curta.
O cinema e a literatura de horror sempre
trouxeram e sempre refletiram a sociedade e o que se passa lá fora. Na década
de 30, por exemplo, a maior paranoia era a ciência, então nós tínhamos filmes
como Frankenstein e O Homem
Invisível que mostram o medo do avanço tecnológico.
Mais à frente, nós temos o mesmo horror com a
tecnologia que seriam as bombas atômicas ou o cataclismo nuclear. Daí
surgiram os filmes com monstros e insetos gigantes. Todos esses filmes
refletem o período comunista e o período atômico. Como exemplo, temos o maior
de todos os monstros, que seria o Godzilla,
que foi a maneira do cinema japonês extravasar o horror da bomba atômica.
Esses filmes seriam o reflexo do medo do que uma explosão nuclear poderia
fazer.
Passado um tempo chegando aos anos sessenta,
década lembrada pela luta dos direitos civis, um dos clássicos do terror
seria A noite dos Mortos-vivos, que
foi um dos primeiros filmes americanos a ter um protagonista negro. Nele
temos todo o lance de comentários e divisão social por causa dos zumbis; algo
que ficou marcado e que é replicado até hoje.
Também na mesma década, tivemos Despertar dos Mortos em que
sobreviventes ocupam um shopping numa clara metáfora ao consumismo,
replicando a sociedade capitalista e quase afirmando “Os zumbis vão atrás de
cérebros assim como nós vamos atrás dos bens”.
A partir dos anos 90, o medo da tecnologia vem
novamente à tona com filmes distópico-tecnológicos como Hellraiser, que se segue até o início dos anos 2000 com o Chamado.
Nos tempos atuais, A popularidade dos filmes
de zumbis está cada vez mais
aumentando, e podemos admitir que o maior medo que permeia a sociedade atual
é a escassez; e os filmes de mortos-vivos representam muito bem isso; a falta
d’água e de alimento não bastante retratados.
Outro problema que está prestes a explodir
seria a superpopulação mundial, e a obra Guerra
Mundial Z retrata isso com as pilhas de mortos vivos que se formas nas
cidades.
Mas e você, tem algo a acrescenta ao assunto?
Não se esqueça de comentar.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário