RESENHA: DAMAS TURCAS - CARLOS CASTELO



RESENHA
Você ter acesso a um livro policial brasileiro que apresente uma boa qualidade e que consiga mostrar que não está no mercado por brincadeira é algo, digamos, satisfatório.
De forma alguma estou desmerecendo a qualidade e genialidade dos autores nacionais, e não possuo a mínima intenção em desmotivar quem está apostando no gênero para escrever sua próxima ou primeira obra. Só quero deixar bem claro o quanto me surpreendi com a qualidade e com a verdade passada por Carlos Castelo em Damas Turcas.
Numa sequência repetitiva e quase enfadonha dos livros policiais de alguns autores brasileiros que eu venho lendo nesses últimos anos que tentam descaradamente copiar o estilo ou o enredo de escritores estrangeiros, deparo-me com essa obra quase genial e, que de cara posso revelar o seu segredo: A Brasilidade.
O Brasil apresentado no livro, mais precisamente a cidade de São Paulo apresenta um ambiente meio soturno e enigmático, uma cidade chuvosa que ajuda a criar um clima de mistério que lembra as obras clássicas do século dezenove. Ouso dizer que temos uma São Paulo como reflexo de Gotham.
Essa ambientação confere ao livro uma aura envolvente que vai te prender até a última página. Infelizmente, o livra apresenta um defeito que eu realmente vou considerar imperdoável: O livro é curto; possui apenas 160 páginas.
A salvação é que o livro faz parte da coleção Estantes Policiais Paulistanos da Global Editora, o que traz aquela esperança de que os próximos livros sejam de tão boa qualidade como esse.
Em suma, a história vai girar em torno de uma série de crimes praticados com requintes de crueldade, em que o protagonista Douglas Hayashi é um detetive que precisa solucionar o caso. Com isso, ele vai contar com a ajuda de um amigo que talvez seja o mais elemento atrativo do livro; Ruy Levino, o amigo em questão, é um ex-publicitário utiliza seus conhecimentos técnicos para colaborar decisivamente na investigação e solução de um crime.
Surpreendente é você ver a forma como Carlos Castelo vai tecer e ligar as habilidades que um publicitário tem com o processo de investigação do crime.
 Enfim, não quero prolongar o texto para não entregar muito da obra, então queria no final deixar o que diz Adilson Xavier no prefácio do livro:
"Damas turcas tem a ver com o famoso jogo em que pedras negras e brancas se digladiam pela sobrevivência. Tem inteligência e leveza de movimentos. Conduz a leitura em pequenos saltos diagonais que nos recompensam com a chegada vitoriosa às linhas adversárias".


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